Recuperação viaduto em São Paulo
Entenda
como está sendo realizada a recuperação do viaduto Santo Amaro, que foi
danificado após um incêndio em fevereiro
Tecnologia segura deve propiciar economia de
aproximadamente 50% em estrutura na zona Sul de São Paulo
Por Paulo
Hebmüller
Edição
60 - Julho/2016
O incêndio ocorrido após o choque
entre dois caminhões na madrugada do dia 13 de fevereiro expôs parte da
estrutura do viaduto Santo Amaro, na zona Sul de São Paulo, a temperaturas de
até 600ºC, de acordo com um dos laudos contratados pela prefeitura para avaliar
os danos causados na obra. O acidente envolveu um caminhão de combustível e
outro que carregava açúcar na Avenida dos Bandeirantes, sob o viaduto,
provocando um incêndio que se prolongou por várias horas. O prefeito Fernando
Haddad (PT) chegou a anunciar que o viaduto teria que ser demolido, mas, após a
realização de avaliações e ensaios pela Concremat Engenharia e pelo Falcão
Bauer Centro Tecnológico de Controle de Qualidade, a prefeitura optou pela
recuperação.
De acordo com o engenheiro
Ariovaldo José Lopes, superintendente de obras viárias da prefeitura, o
incêndio provocou perda substancial da resistência do concreto e do aço em
vários pontos da construção. Inaugurada em 1969, a obra recebeu há quatro anos
um reforço com fibra de carbono nos oito pilares e quatro encontros da
estrutura, formada por dois tabuleiros (pistas) unidos por uma passarela de
pedestres na parte central do viaduto. Foram construídas 28 paredes em cada
encontro, totalizando 112 paredes, com espessura de 30 cm cada. 'Em relação ao
concreto e ao aço, houve pontos que sofreram mais influência do fogo, mas,
basicamente, a fibra de carbono queimou em toda a extensão', diz Lopes.
A recuperação foi iniciada em
abril, pouco mais de um mês depois do incêndio, e a previsão é de que seja
finalizada em setembro. Uma das pistas do viaduto vem sendo utilizada para
tráfego de ônibus e táxis, minimizando os impactos no trânsito intenso da
região. O projeto de recuperação foi concebido pelo engenheiro Catão Francisco
Ribeiro, da Enescil Engenharia, e fará várias alterações no viaduto. Uma delas
é que haverá duas áreas para circulação dos pedestres, deslocadas para as laterais
- antes havia apenas uma, no meio das pistas. A Secretaria de Infraestrutura
Urbana e Obras (Siurb) ainda estuda a inclusão de uma ciclofaixa em uma das
passarelas laterais. Essas alterações serão possíveis com o aproveitamento do
espaço dos antigos guarda-corpos - de 1,60 m em cada lado - e da junção do vão
entre os dois tabuleiros.
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