Manobras legislativas e serviços
Vereadores de São Paulo aprovam lei que libera Uber
Texto
foi incluído em bloco de 106 projetos votados no último dia de trabalhos da
Câmara; para valer, ainda precisa de nova votação e sanção do prefeito Haddad.
Publicado por Rafael Costa - 3
dias atrás
Por Bruno Ribeiro
No último dia de trabalhos
legislativos de 2015, ocorrida nesta segunda-feira, 22, os vereadores de São
Paulo aprovaram 106 projeto de lei, sendo 35 deles em segunda votação — que
serão levados para a sanção do prefeito Fernando Haddad (PT). Entre os projetos
aprovados, está um texto que regulamenta o compartilhamento de carros na
cidade, uma lei pensada para liberar o aplicativo Uber, que passou em primeira
votação.
O texto, do vereador José Police
Neto (PSD), cria algumas exigências para os motoristas que compartilham seus
veículos, pedindo por exemplo um atestado de antecedentes criminais. Diz ainda
que empresas que façam a intermediação entre motoristas e clientes deve se
cadastrar na Prefeitura e informar a lista de motoristas cadastrados. O
conjunto de regras também tenta se adiantar e regulamentar carros que operam
sem condutor — como os que o Google vem testando na Califórnia, nos Estados
Unidos, ainda sem informações sobre vendas.
A Uber comentou o projeto por
meio de uma nota. “A Uber acredita, apoia e quer continuar discutindo
iniciativas de regulamentação. A introdução de novas regras para o
compartilhamento de veículos, complementando o plano diretor da cidade, tem o
potencial de melhorar a mobilidade urbana de São Paulo”, diz o texto, que segue:
“Discutir regulação para o transporte privado individual e para a nova economia
do compartilhamento não é apenas essencial para uma cidade democrática e
inclusiva, mas também é fundamental para garantir os direitos dos cidadãos”,
conclui a empresa.
A aprovação do texto gerou
reações. O vereador Adilson Amadeu (PTB), principal articulador anti-Uber na
Câmara, acusou o colega de “manobrar” para incluir o texto no chamado “pé de
pauta”, a lista de projetos que foram aprovados na votação simbólica (quando
não há contagem de votos) de ontem. Amadeu registrou seu voto contrário, mas
não tentou nenhum tipo de ação para obstruir a votação.
Antes de ser levado para a sanção
do prefeito, o texto ainda precisa passar por uma segunda votação, que deve
ocorrer no ano que vem. A Prefeitura também deve se pronunciar sobre formas de
regulamentar o Uber também no primeiro semestre do ano.
“Pé de pauta”. Como ocorre todos
os anos, os vereadores de São Paulo incluíram uma série de projetos de lei na
pauta do último dia de votação na segunda, data em que o Orçamento do ano
seguinte é aprovado. O orçamento é a última votação do ano.
O único grupo de projetos que
sofreu resistência foi uma série de benefícios pedidos pelo Tribunal de Contas
do Município. Os cinco conselheiros do TCM queriam liberar supersalários para a
servidores da corte e ainda criar um auxílio para planos de saúde de R$ 2 mil.
Embora os vereadores fossem contrários ao texto, o presidente da Câmara,
Antônio Donato (PT), os incluiu no pé de pauta. A tentativa de aprovar o texto,
no entanto, não deu certo.
Vilas. Os vereadores tentaram
aprovar, ainda, texto que liberava o fechamento de ruas de vila o dia inteiro,
em um projeto substitutivo a texto do governo Haddad que regulamentava o
fechamento apenas à noite. Aí, foi a vez da base governista agir para bloquear
a votação, contrária aos interesses do Executivo.
Fonte: Estadão
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