São Paulo, terra da produção
Conheça
10 museus paulistas tombados pelo patrimônio histórico
Equipamentos
do Estado preservam bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental
e até afetivo; conheça a história de cada um
sáb,
29/07/2017 - 15h01 | Do Portal do Governo
Muita gente já ouviu o termo, mas
nem todo mundo sabe realmente o que significa. Mas não, um bem material ou
imaterial tombado pelo patrimônio histórico não é um imóvel que tenha sua
estrutura física ameaçada, como alguns podem imaginar. Pelo contrário.
O tombamento é um ato
administrativo realizado pelo Poder Público, com o objetivo de preservar para a
população, por meio da aplicação de legislação específica, bens de valor
histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e até afetivo. A intenção é
impedir que sejam destruídos ou descaracterizados.
O órgão responsável por esse
processo é o CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico, formado por representantes de diversas
entidades (secretarias estaduais, entidades de classe e universidades), que se
reúnem periodicamente para deliberar sobre os pedidos relativos ao patrimônio
cultural do Estado de São Paulo.
Segundo a Constituição Federal,
no artigo 216, “constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
material e imaterial tomados individualmente ou em conjunto, portadores de
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira”.
Além de imóveis, o tombamento se
aplica a áreas urbanas, como centros históricos ou bairros, áreas naturais e
inclusive bens móveis, como coleções de arte ou objetos representativos de um
acontecimento histórico. Qualquer pessoa (física e jurídica) pode pedir a
abertura de estudo de tombamento de um bem.
O processo se inicia com a
solicitação do interessado, que deverá ser bem justificada e documentada. A
proposta é então encaminhada ao corpo técnico, que dará um parecer sobre o
assunto. Após análise do processo por um Conselheiro Relator e pelo
Conselho, é decidida a abertura ou não do processo de estudo de tombamento.
Se os pareceres forem favoráveis,
abre-se o processo de estudo de tombamento, que assegura a preservação do bem
até decisão final. O proprietário, nesse momento, já é notificado. A última
etapa é a efetivação do tombamento, que acontece por meio de uma resolução do
Secretário da Cultura, publicada no Diário Oficial do Estado. Depois, o bem é
inscrito no respectivo livro do tombo.
Entre os bens tombados pelo
patrimônio histórico em São Paulo estão alguns dos principais museus do Estado.
Confira a lista abaixo e entenda porque eles ganharam essa classificação.
Depois, prepare seu roteiro e planeje as visitas, com a certeza que eles
estarão sempre preservados com suas características originais.
1. Casa das Rosas – Espaço
Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, ocupa um dos últimos casarões
remanescentes da época de ouro do café na Avenida Paulista. Um refúgio onde
toda a expressão poética encontra seu espaço.
2. Memorial da Resistência
(Antigo DEOPS) – Vinculado à Pinacoteca do Estado, está localizado no piso
térreo do edifício que abriga também a Estação Pinacoteca. Durante o
período da Ditadura Militar no Brasil, o prédio abrigou o DOPS – Departamento
Estadual de Ordem e Política Social por quase meio século, e era utilizado como
local de reclusão de presos políticos.
3. Museu Catavento (antigo
Palácio das Indústrias) – O Palácio das Indústrias, nome do prédio onde
está instalado o Museu Catavento, foi construído durante 13 anos, entre 1911 e
1924, quando São Paulo tinha apenas cerca de 100 mil habitantes. O prédio
em si é uma grande apologia dessa grandeza econômica e política que São Paulo
representava na época.
4. Museu da Língua Portuguesa
(Estação da Luz) – A Estação da Luz, tombada pelo CONDEPHAAT, continua
exercendo a função original de entroncamento ferroviário e também abriga o
Museu da Língua Portuguesa e uma estação de Metrô. As instalações do MLP foram
atingidas por um incêndio de grandes proporções em dezembro de 2015,
ocasionando o fechamento do espaço para a visitação. As obras têm previsão
de conclusão até março de 2019.
5. Pinacoteca – O mais
antigo museu de São Paulo foi criado em 1905, em um projeto idealizado por Ramos
de Azevedo, e possui uma vasta coleção de obras brasileiras dos séculos 19 ao
21. A história da Pinacoteca do Estado de São Paulo se confunde com a do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo
(Laosp), criado em 1873 por Leôncio de Carvalho.
6. Museu da Imigração (antiga
Hospedaria dos Imigrantes) e seu acervo arquivístico – Sediado no edifício da
antiga Hospedaria do Brás, um patrimônio público e importante ícone da história
do Estado e da cidade de São Paulo, o Museu busca compreender e refletir o
processo migratório brasileiro a partir da história das 2,5 milhões de pessoas,
de mais de 70 nacionalidades, que passaram pelo prédio entre os anos de 1887 e
1978.
7. Museu do Café (antiga Bolsa
do Café) – Instalado no edifício da antiga Bolsa Oficial de Café, onde até 1957
aconteciam as negociações do produto, o local conta a história do café no
país e como ela se mistura à própria cultura brasileira, além do
desenvolvimento político, econômico e cultural do país, relação que começou em
meados do século XVIII e que se mantém forte até hoje.
8. Museu Casa de Portinari –
Localizado em Brodowski, a 343 km da capital, tem como principal objetivo
preservar a memória e difundir a história do
pintor Cândido Portinari. Foi no imóvel, inaugurado em 1970, que
Portinari viveu durante toda a infância e parte da adolescência. Seus cômodos e
anexos contam a história do artista e guardam suas obras, além de desenhos,
estudos, objetos pessoais e profissionais, utensílios, móveis e documentos.
9. Oficinas de Cultura Casa Mário de
Andrade e Oswald de Andrade – Inaugurada em agosto de 1990, no
bairro da Barra Funda, o endereço abriga a antiga casa do escritor e
intelectual Mário de Andrade, um dos principais ideólogos do movimento
modernista e da Semana de Arte Moderna, em 1922. É uma oficina temática,
com programação voltada para áreas específicas do texto e da literatura.
10. Acervo do Museu de Arte Sacra
– Está instalado no Mosteiro da Luz, que data de pelo menos 1583, quando se tem
notícia de uma ermida (pequena capela) nos Campos do Guarepe, atual Avenida
Tiradentes, no coração da cidade de São Paulo. O Mosteiro da Luz é um dos
mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em
taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, e abriga a Ordem das
Irmãs Concepcionistas, que vivem em clausura no andar superior.
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