Justiça suspende lei paulista
Justiça
paulista suspende lei que criava Parque do Minhocão
Ação questionou
constitucionalidade da norma de criação da área
Publicado em 13/06/2019 - 19:51
Por Camila
Boehm – Repórter da Agência Brasil São Paulo
O
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decidiu nesta quinta-feira (13), em
liminar, a suspensão imediata da eficácia da lei aprovada no ano passado pela
Câmara de Vereadores de São Paulo para a criação do Parque do Minhocão, na
região central da capital paulista.
Ao justificar a concessão de liminar, o TJSP ressaltou que a "abrupta desativação" de uma importante via de circulação, o Elevado Presidente João Goulart, conhecido como Minhocão, causaria grande impacto urbanístico e haveria risco de irreversibilidade, se parque municipal fosse criado no lugar do elevado.
A decisão
atende a um pedido do procurador-geral de Justiça do Estado, Gianpaolo Smanio,
que entrou com ação pedindo a inconstitucionalidade da lei. Para Smanio,
qualquer regra referente ao zoneamento urbano deve levar em consideração a
cidade em sua dimensão integral, dentro de um sistema de ordenamento
urbanístico, exigindo a realização de estudos técnicos, que,nesse caso, não
foram feitos.
“A partir
da análise da Lei nº 16.833, de 7 de fevereiro de 2018, do município de São
Paulo, e de seu processo legislativo, verifica-se que o diploma objeto da
impugnação não está fundado em planejamento urbanístico destinado a atender os
efetivos anseios da cidade e a promover a melhoria das condições de vida dos
cidadãos, determina a desativação de elevado de fundamental circulação de
tráfego urbano e cria um parque municipal em seu lugar de forma aleatória e sem
qualquer lastro técnico”, disse o Ministério Público sobre a ação.
Na ação,
Smanio afirma que o texto da lei é incompatível com a Constituição estadual por
não respeitar o princípio da separação de poderes. Segundo o procurador, a lei
trata de matéria de iniciativa exclusiva do chefe do Executivo e que, via de
regra, a iniciativa legislativa pertence ao Poder Legislativo.
Procurada
pela reportagem, a prefeitura de São Paulo informou que a Procuradoria-Geral do
município ainda não foi notificada sobre a decisão.
Edição: Nádia Franco
DÊ SUA OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DO CONTEÚDO QUE VOCÊ ACESSOU.
Para registrar sua opinião, copie
o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.
Você será direcionado para o
"Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos
serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.
Nenhum comentário: